O aumento de casos de covid-19 causados pela variante ômicron pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil santa-rosenses em janeiro de 2022. O mês foi o terceiro mais mortal desde o início da série histórica, iniciada em 2003.
O primeiro lugar neste ranking ainda é ano passado, quando foram registados 68 óbitos no município. Em janeiro deste ano, todavia, a diferença foi de 7 ocorrências, com um total de 61 registros.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País – presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros -, e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.
Outro dado observado pelos números de óbitos registrados pelos Cartórios santa-rosenses está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (20%) e Causas Cardiovasculares Inespecíficas (233%). Também registraram crescimento as mortes por Pneumonia (180%), Septicemia (80%) e Infarto (100%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 50% no período.
“Diante do avanço da variante ômicron, o Rio Grande do Sul passou a bater recordes de infecções no mês de janeiro. Os cartórios gaúchos continuam acompanhando em tempo real a evolução das mortes cardiovasculares e relacionadas à Covid-19, com os dados disponíveis no Portal da Transparência, o que muito auxilia para que os governos locais possam projetar como lidar com a situação”, explica o presidente da Arpen/RS, Sidnei Hofer Birmann.
Mortes Violentas caem
Enquanto o total de mortes em janeiro de 2022 no RS diminuiu 10%, os falecimentos por Mortes Naturais – aquelas causadas por doenças – cresceram 34,5%. Já as Mortes por Causas Violentas – aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras – caíram 200%. Na comparação de janeiro de 2020, antes do isolamento, com janeiro de 2021, houve aumento de 30% nas Mortes Violentas.
O número de óbitos registrados nos meses de 2022 ainda pode vir a aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19.
Fonte Arpen/RS