por Teresa Christensen
As histórias, sejam de quaisquer naturezas, ao serem contadas ou escritas, permitem criar um tecido forte que aquece, emociona e estabelece solidariedade. Elas guardam da narrativa mítica a repetição, e com o tempo, assumem vida própria, eternizam-se. Assim sendo, é esse fato que nos permite novos olhares, novas reflexões. A feição dada pelo conjunto das informações não significa a verdade definitiva, mas, apenas anotação sobre a realidade, sujeita sempre a reinterpretações. Recordar vida da nossa Imprensa é reescrever páginas da própria história de Santa Rosa.
Na Colônia Santa Rosa, o primeiro jornal a circular tinha o poético título de “O SOL DA SERRA”, foi editado em 1º de maio de 1926 e era dirigido por Fernando Albino da Rosa, que era o Redator tipógrafo e o proprietário. Tirava 15 a 20 exemplares para os seus amigos e assim entregava-se ao seu maior motivo de prazer.: fazer versos. Este semanário continuou a ser impresso até fevereiro de 1928.
Em 1º de Janeiro de 1929, o jornal “A SERRA” começa a circular. Órgão da imprensa local, apresentava como objetivo maior a luta pela emancipação de Santa Rosa. Fundado pelo Major Santos Oliveira, tinha uma grande aceitação dos leitores. O seu diretor era o Jornalista Moacyr da Cunha Resing e o editor, era Fernando Albino da Rosa.O primeiro número publicado teve uma tiragem de 500 exemplares. Posteriormente, em 1938, foi vendido a Vicente Zoehler, Em 1961, o jornal foi comprado pelo jornalista Florisvaldo Schmorantz, que também era seu Diretor. Inicialmente a “SERRA” circulava aos domingos, depois passou a ser bissemanal.
“A SERRA’ acompanhou passo a passo o desenvolvimento social, político e econômico de Santa Rosa, até 1977, quando finalmente deixou de ser editado, desaparecendo do cenário do município, o que foi lamentável. Perdeu-se 48 anos de edições que traziam detalhadamente os principais fatos históricos de Santa Rosa. Algo de valor inestimável para a pesquisa. Infelizmente, ninguém sabe o que aconteceu. Apenas perdeu-se ! Existem algumas edições no Museu Municipal e é possível que alguém tenha guardado alguns números.
Nesse meio tempo, passaram a existir diversos jornais, todos de curta existência: “A SILHUETA” órgão da juventude santa rosense, passou a circular a partir de 15 de fevereiro de 1931. Saíram apenas três números; para substituí-lo, surgiu “A ALVORADA” logo depois, desaparecendo após de algumas edições.
Como órgão do Partido Republicano Liberal, começou a também circular “A SENTINELA”, que como os outros, teve vida efêmera. Em 1937, começou a ser editado o jornal “O COMBATE” , utilizado como arma política, sob a responsabilidade de Clotário Oliveira, cujo objetivo era a desmoralização do prefeito eleito Oscar Germany. Depois de cinco números, sai de circulação.
Circulou também, “O EXCELSO” uma publicação periódica da USES (União Santa Rosense de Estudantes Secundários).
Os distritos ainda editavam seus pequenos jornais, em alemão.
Nessa época, destacavam-se na atividade jornalística: Fernando Albino da Rosa, Maria Francisca Savi, Vicente Cardoso, Clotário Oliveira, Argeu Coelho B randão Armando Guindo, Moacyr da Cunha Roesing.
Antes de Mim,
Entre Santo Ângelo e o rio Uruguai,
Santa Rosa já existia,
Nas páginas do Jornal “A SERRA”.
Uma só poeira um ó antigamente,
Que não me deixam menir!