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A Batalha de M’Bororé completa 380 anos

jorpor José Roberto de Oliveira

No dia 11 de março de 2021,são os 380 anos da vitória missioneira na Batalha de M’Bororé. Há cinco ano atrás, muito antes desta pandemia nos 375 anos , estiveram reunidos os povos da região fronteiriça do MERCOSUL em frente ao rio Uruguai, na cidade de Panambi – Argentina. O ato histórico iniciou já na madrugada com a descida de canoeiros desde o arroio Acaraguá, que carregavam a imagem de Nossa Senhora que foi levada até ao alto do Penhasco Mbororé. O evento contou com a presença dos governadores da Província de Misiones da Argentina e do Governador do Departamento de itapua – Paraguai, além de Ministros, Secretários de Estado e representações de autoridades e comunidade dos três países.

Foi apresentada oficialmente a Bandeira da Nação Missioneira que une os povos missioneiros dos três países. O Padre Jesuíta Ricardo Jaquet relatou os fatos que ocorreram naquele tempo histórico: As forças jesuítico-guarani se prepararam de forma concreta e decisiva para a batalha que estava prevista. Desde 1629 os Bandeirantes atacavam as Missões em busca de mão de obra escrava para suas lavouras de São Paulo e Rio de Janeiro. Durante este período os paulistas foram responsáveis pelo deslocamento de 30 reduções, 18 delas no Rio Grande do Sul, e pela morte de mais de 600.000 nativos na América.

O evento realizado demonstrou a presença do sangue nativo nas aldeias guaranis, também no povo de toda a região, descendentes miscigenados e que formam a base da genética missioneira tri-nacional.

Encerrou mostrando que há atualmente um conjunto de trinta patrimônios arqueológicos, sete dos quais são Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade. Há também uma série de municípios que nasceram dentro desta territorialidade e que devem conhecer os potenciais históricos, tanto para a expansão do turismo, como para a cultura e educação regionais.

Sobre o que ocorreu em 1639 – Os jesuítas, cansados de serem atacados pelos Bandeirantes, prepararam-se para embater. Pe. Montoya foi a Madri e conseguiu a autorização para uso de armas de fogo: Conseguiu comprar 300 fuzis e um canhão. Em 11 de março 1641 cerca de 6800 pessoas das forças Bandeirantes, entre mamelucos e tupis atacaram as reduções.

A BATALHA DE M’BORORÉ foi a primeira batalha naval da América e localizou-se no rio Uruguai entre o arroio Acaraguá (AR) e especialmente no território onde hoje está o município de Porto Vera Cruz (Brasil) e o município de Panambi (Argentina).

A força jesuítica-guarani se preparou de forma concreta e decisiva. 4200 guaranis receberam instrução militar dos Irmãos, ex-militares: João Cardenas, Antônio Bernal e Domingos de Torres. As operações foram dirigidas pelo Padre Romero. As forças defensoras estavam dirigidas pelos Padres Cristovão Altamirano, Pedro Mola, João de Porras, José Domenech, Miguel Gomez e Domingo Suarez.

O Capitão General foi Nicolau Nenguirú (cacique da redução de Concepción) auxíliado pelos capitães Inácio Abiarú, (cacique da redução de Nossa Senhora de Assunção do Acaraguá); Francisco Mbayroba (Cacique de São Nicolau), e o Cacique Arazay de San Javier.

A batalha ocorreu dentro do rio Uruguai por 3 dias seguido e depois os ataques continuaram por terra. Os cerca de 250 sobreviventes das forças Bandeirantes chegaram a São Paulo somente dois anos depois. A vitória dos missioneiros foi tão importante que as força Bandeirante jamais retornaram a atacar as reduções, mudando sua política expansionista para a busca das minas de ouro e diamante nas Minas Gerais e no oeste brasileiro, o que demonstra a importância do fato histórica para a formação do que chamamos de Brasil na atualidade.

Como seria interessante, em vez de estarmos fechados dentro de nossas casas, estarmos em uma grande festa do MERCOSUL.

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