Professora, vereadora, primeira dama, mãe do Sílvio, Leonardo e Cristiano e avó: conheça no D´Life dessa edição um pouco sobre Elenir Vicini. Uma história baseada na ajuda, na solidariedade que vem de família.
HISTÓRIA DE VIDA
Quando adolescente eu ajudava muito a primeira dama na cidade de Xanxerê, em Santa Catarina. Minha mãe orientava muito, ela sempre foi uma pessoa de doar. Nos finais de ano meu pai matava um gado para a janta e minha mãe retirava alguns pedaços mais macios e nos fazia levar para as pessoas mais idosas e dizia ‘essas não tem mais dentes, então vamos levar para elas’. Isso vem de casa, de família. Sempre gostei disso: atuar como primeira-dama está dentro de mim, vem de berço.
PODER LEGISLATIVO E PRIMEIRA DAMA
Minha frustração foi como vereadora: eu não conseguia fazer a parte de vereadora como deveria ser, era nova e ainda tinha que aprender muito. Mas como primeira-dama eu conseguia fazer muita coisa, inclusive usava o dinheiro que recebia de vereadora para fazer as coisas, desde comprar remédios. Fazia isso com muito carinho, foi com coração, porque não necessitava, já que tinha meu salário de professora. Da prefeitura nunca recebi nada, sempre fui voluntária. Houve etapas que não foram fáceis: não conseguia fazer com que secretários e vereadores entendessem meu trabalho. Certa vez levei um projeto para Câmara de Vereadores para que fosse criado um selo solidário, onde seria criado um fundo assistencial; foi uma frustração muito grande não ter conseguido fazer.
ARREPENDIMENTO
Culpo-me um pouco de ter dado muita atenção para meu crescimento pessoal, em acompanhar o marido nas tarefas de primeira-dama e achando que as empregadas em casa resolveriam meu problema. Tinha que estar mais presente nesse ponto. Me sinto culpada. Por mais que digam que eu achei que estava fazendo o melhor, achava que eu deveria crescer para poder orientar eles (meus filhos), dar um exemplo. Atualmente estou com três netos e faço isso. O filho do Sílvio, meu neto mais novo, fica comigo de segunda até sexta-feira, final de semana vai com a mãe dele. Para nós foi um presente, só tenho que agradecer a mãe dele por ter liberado para ficar conosco. Já devem ter percebido que não acompanho tanto o Alcides como antigamente, porque a falha que cometi antes não quero cometer agora. Precisou de mim, estou aqui.
ORGULHOS
O trabalho que eu faço. Quando lembro que não existia médico para ir ao interior no primeiro mandato do Alcides em 1992: eu ia para o interior levar roupas da campanha do agasalho e as famílias diziam que chegavam aos postos e não tinham mais fichas, que o médico só trabalhava quatro horas. Na época existia um veículo (trailer), que os médicos levavam para as vilas; eu convenci meu marido a pegar o trailer e levar para o interior. Eu fazia visita em todas as casas e avisava o dia que o médico estaria no local. Até hoje as pessoas lembram e agradecem. Até hoje as mães me cobram do sopão que era distribuído nos bairros, mas atualmente se precisa de uma estrutura diferente, na época não importava se era Kombi nova ou velha: forrava com papelão e entregava o sopão. Ainda quero ver se consigo fazer o sopão indo aos locais; já tenho até uma empresa que vai ajudar. É só achar o local certo e fazer. As mães que trabalham fora me cobram dizendo que era bom chegar em casa e já ter o almoço pronto.
RECADO PARA AS MÃES QUE PRECISAM DE AJUDA
Gostaria de dizer para não ficar em casa curtindo a dor: tem que fazer algo para alguém. Já que não pode fazer para o seu (filho), vai e realiza desejo de outro, que a dor vai diminuir muito. Se ocupa fazendo algo por outro, vai te fazer tão bem que a dor diminui. Não perca a fé porque é tudo que temos. O Sílvio não tem mais volta, mas o Cristiano talvez volte. Me procuram para ajudar pessoas que estão passando por depressão: eu vou, faço uma visita, levamos um cursinho, fizemos ela fazer algo para se sentir melhor, pode ser artesanato, mas no momento que está trabalhando você preenche seu tempo e vai se sentir melhor.
MULHERES
O elo entre a primeira-dama e o prefeito é muito importante. Vou, faço esse encontro com as mulheres, procuro sempre as mulheres. Como minha mãe dizia: “a mãe é os três esteios de uma casa” e tenho recebido de volta muita coisa boa, de chegarem e dizer que estão melhor, que estão bem. Essas coisas não tem preço.
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