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Violência Patrimonial, você sabe o que é?

O tema “violência patrimonial” tem estado em pauta, após a atriz Larissa Manoela, trazer o problema que estava enfrentando com os pais. Na ocasião, ela contou em rede nacional que rompeu a relação com os pais que, até então, eram os administradores de sua carreira, após abrir uma auditoria contra a mãe para apurar a venda de sua mansão e não informada sobre suas questões financeiras.

Todo esse depoimento, fez a violência patrimonial ser tema de muitas conversas. Nossa equipe conversou com especialistas para falar sobre a situação jurídica e também emocional que essa questão pode oferecer. A violência patrimonial envolve controle, retenção e até apropriação de bens, um crime previsto em lei.

“A violência patrimonial, é você impedir acesso aos bens, dilapidar um patrimônio ou usufruir desse patrimônio de forma exclusiva que não beneficie a pessoa que é a proprietária real desse bem”. Nayane Mousquer, advogada.

A violência patrimonial, geralmente é exercida por pessoas de confiança, que tenham uma relação afetiva com a vítima. Por mais que o assunto tenha ganhado holofotes agora, esse tipo de violência é algo comum e acontece a muitos anos com idosos.

“Geralmente são pensionistas ou aposentados do INSS onde filhos ou cuidadores se apropriam do cartão do benefício dessa pessoa e gastam o direito, que é o patrimônio daquela pessoa, ressaltou Nayane.”

A situação mexe também com questões emocionais que podem gerar danos muito mais profundos do que apenas de cunho financeiro.

No caso da atriz, a violência foi cometida pelos pais, o que “traz luz” a uma questão de cunho psicológico, o transtorno narcisista.

“Os narcisistas possuem algumas características que chamam atenção, são pessoas que estão sempre certas, não conseguem enxergar o outro, não tem empatia e além disso, são extremamente manipuladores”, disse Lisiane Gallas Zorzan, psicóloga.

No transtorno narcisista, os pais entendem a independência dos filhos como uma ameaça, por isso, fazem pequenas ações que incentivam a construção de crenças negativas, fazendo com que o filho se sinta inferior, tenha baixa autoestima e consequentemente, seja de fácil manipulação. Nesse caso, os pais não conseguem enxergar o filho, o filho existe apenas para “coroar” sua grandiosidade.

O amor é o laço que mais une essa relação de dependência, o que pode fazer com que se desvincular seja algo demorado, tanto na parte emocional, quanto financeira.

“Leva um tempo para a pessoa se “cristalizar”, ela até pode perceber que algo está errado, mas ela não se autoriza ser vítima, por medo ou dependência. E ainda terá muito sofrimento, porque normalmente ela se sente culpada. Demanda muito trabalho e muito cuidado,” finalizou Lisiane.

Na questão financeira, a alternativa também é procurar um especialista que auxilie na resolução dessa questão.

“Cada caso é muito específico, mas o principal é procurar ajuda de um profissional da área. Um advogado, defensoria pública ou até da delegacia de polícia. Porque no momento que for realizado um registro, dizendo que não está tendo acesso ao dinheiro ou que pegaram o cartão, ali será orientado e encaminhado para os órgãos de competência, finalizou a advogada.

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