Na arte da tatuagem, a pele torna-se um uma tela em branco, onde histórias, sentimentos e identidades são expressadas. Para muitos, essa arte é uma paixão que transcende o tempo e deixa uma marca duradoura na vida de quem a recebe.
No caso do André Conegatto, esse sentimento, começou desde muito novo quando reproduzia e criava desenhos.
“Sempre gostei de pinturas, ler livros e as vezes até criava alguns desenhos baseados nas histórias. A tatuagem entrou na minha vida aos 16 anos, na época eu apenas fazia os desenhos com caneta para que outra pessoa tatuasse. A partir daí, construí minha máquina e passei a fazer algumas tatuagens e aos poucos fui adquirindo materiais profissionais”, contou André Conegatto tatuador.
Na época, materiais de qualidade eram de difícil acesso, haviam poucos fornecedores, e os valores eram altos. Mas a conexão com a arte foi maior que as dificuldades, com o tempo, o amor e a profissionalização do trabalho, só cresceu. Em 2004, começou a participar de convenções de tatuagens onde participam tatuadores de vários lugares do Brasil e do mundo.
“A tatuagem significa muito pra mim, pois foi através dela que eu conheci muitas pessoas e me tornei conhecido. Realizei um dos meus sonhos de infância que era poder viver pelo menos por um período somente da minha arte”, destacou o tatuador.
André completou nesse ano, 26 anos de um sonho que virou profissão. Durante essas décadas de carreira, testemunhou a evolução da tatuagem, tanto em termos de técnicas como de aceitação social. Se aprimorou e acompanhou os avanços tecnológicos na fabricação de materiais, o que segundo ele, é surpreendente.
“Com o passar dos anos, aos poucos a tatuagem deixou de ser algo marginalizado, a própria mídia ajudou muito para que esse tabu fosse quebrado, antes era visto como coisa para bandidos, drogados ou prostitutas, hoje 59,9% da população brasileira de diversas idades e classes sociais possuem tatuagem. Também perdeu um pouco daquela mística de que tatuagens tinham significados, hoje em dia é mais por estética mesmo,” finalizou.
Outro ponto que Conegatto destaca é o crescimento do mercado. Na época de pandemia por exemplo, foi uma das profissões que mais cresceu. O surgimento de novos tatuadores, faz com que os artistas que atuam na área tenham que estudar e sempre se atualizar, o que consequentemente, faz com que o patamar profissional, esteja sempre elevado.
“Hoje as normas de vigilância e regulamentação ajudaram muito para que a tatuagem deixasse de ser algo amador. Existem muitas pessoas que por vezes não tem o mínimo de capacidade técnica tão pouco habilidade aplicando cursos e formando alunos sem responsabilidade e consequentemente não formam bons profissionais.
A tatuagem não é apenas você adquirir um diploma e materiais que você é tatuador, é preciso respeitar a arte e não apenas entrar nela por dinheiro ou por um status fictício, ”ressaltou Conegatto.
Nesta era em que a tatuagem se transformou em um meio respeitado de expressão artística, artistas como André Conegatto, têm um papel fundamental em conectar o passado com o presente e moldar o futuro desta arte tão cativante. Suas tatuagens não são apenas obras de arte, são testemunhos duradouros de paixão, habilidade e amor pela profissão.
Tanto amor que ele criou a “ExpoTatto”, um evento que recebe tatuadores de diferentes locais e movimenta toda Santa Rosa e região.
Além disso, para quem gosta desse mundo das tatuagens, até o final deste mês, está acontecendo no Sesc uma exposição sobre a história da tatuagem no Brasil e no mundo. A exposição é aberta ao público e a entrada é gratuita.