PP homenagem Vicini

Uma vida dedicada para Santa Rosa

Finalizando a série de entrevistas com o Prefeito por cinco vezes de Santa Rosa, Alcides Vicini, ele nos relatou um pouco seu trabalho em frente à prefeitura com o vice Artur Lorentz, “Posso assegurar que o Artur Lorentz foi um grande colega, um vice extremamente comprometido e leal, que a gente conseguiu junto de fato, em um momento que a prefeitura estava passando por muitas dificuldades, pois quando assumimos ela tinha R$ 18,8 milhões de dívidas. Devia para FUMSSAR, RGE, folhas de pagamento atrasadas dos servidores, 13º atrasado, então a primeira ação nossa foi buscar o equilíbrio financeiro, negociando as dívidas e a partir daí reprogramar a vida administrativa e financeira da prefeitura.

O Artur, como engenheiro civil, ele tinha esta noção e estruturação, foi também Secretário de Planejamento e ajudou muito para que a gente de um lado, compusesse esta estruturação financeira, para em questão de um ano e meio já pudéssemos tocar a vida com mais qualidade e é claro, as dívidas maiores, principalmente com Fundação de Saúde e RGE, fossem negociadas a um longo prazo.

Mesmo com o fundo de previdência do município, pois a prefeitura devia a época cerca de R$ 4 milhões a este fundo. Com a autorização da Câmara de Vereadores, é lógico, o prefeito tinha buscado este recurso para pagar folha de pagamento atrasada e outros compromissos, o que acarretou uma dívida bastante grande que nós conseguimos parcelar em 20 anos para pagar. Com isso havia condições de irmos pagando a dívida e recolhendo em dia as vincendas do fundo de previdência.

Quando cheguei a Santa Rosa, no ano de 1975, o prefeito era Anacleto Luiz Giovelli, e eu me admirava quando via ela aos sábados estar nas vilas fazendo mutirão com a participação da comunidade, achei muito interessante.

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Na outra eleição Antônio Carlos Borges, disputando com Alvírio Scalco, foi eleito prefeito, assumiu a prefeitura e janeiro de 1977, e acabou me convidando para ser Secretário de Governo, eu estava aqui há pouco tempo, mas ele via que eu escrevia bem, no Jornal O Grande Santa Rosa, vinculado a Rádio Santa Rosa, e ele queria alguém que escrevesse, e assumi esta pasta sem ter nenhuma filiação partidária, somente fui assinar ficha no partido no quinto ano, foi um mandato de seis anos.

Assim, convencido pelo prefeito Borges, assinei ficha na ARENA, pois via um trabalho sério sendo feito, era o partido que estava governando o município e eu tinha sido valorizado e prestigiado que havia me convidado para ser prefeito e depois vereador.

Eu já com a campanha a vereador sendo encaminhada fui chamado pelo prefeito Borges no seu gabinete onde se encontravam os três candidatos a prefeito da eleição de 1982 (Erni Friedrich, Nerci De Conti e Agilberto Mafasiolli), quando o prefeito Borges sugeriu que tivéssemos um candidato único à vice para os três candidatos, é uma pessoa que tem um bom nome, não tem desgaste e que pode ser um vice-prefeito de qualidade é o Vicini, meu Secretário de Governo. Os três aprovaram o meu nome e me chamaram para a reunião, quando entrei o Borges me disse, “você não será candidato a vereador, será candidato a vice-prefeito”. E como o Erni foi o que fez mais voto dentre os três, eu me tornei seu vice-prefeito, em um mandato de seis anos.

Benvegnú

Eu tive muita sorte, o Benvegnú foi um excelente vice-prefeito, qualificado, conhece muito de saúde. Foi sempre muito leal, claro, às veze discutíamos, mas terminávamos e tocávamos em frente sem problemas.

Conseguimos fazer um governo de quatro anos muito complicados, onde tivemos várias crises financeiras e de toda ordem, e no fim terminamos com a pandemia. E nesta pandemia ele foi muito útil, por exemplo, esta sugestão da gestão compartilhada saiu daqui, nós que levamos ao governo do estado ao governador delegasse para cada região fazer a gestão de suas próprias coisas, o que foi adotado em todo o estado.

Voluntariado

A grande raiz do voluntariado em Santa Rosa tem haver um pouco com a atitude cristã do povo da comunidade. Os primeiros imigrantes daqui, de diferentes credos religiosos, o que eles faziam em primeiro lugar, começavam a se organizar, reunir e construir a igreja.

Havia aquela união de todos e logo vinha à tona a ideia de construir uma escola e se desenvolvia todo um trabalho voluntário compartilhado para construir esta aquela. Então aquele binômio educação com prática religiosa, foi a semente principal que gerou o espírito comunitário. Isto é uma vertente bem interessante que depois foi se ampliando para outras finalidades como a precisão do telefone, onde houve um movimento importantíssimo, empresarial e comunitário para que se pudesse ter a instalação do telefone automático.

Uma coisa foi puxando a outra, Pedro Carpenedo puxou a questão do frigorífico, claro, havia também o interesse econômico voltado para o social, muita gente acolheu o pedido do Carpenedo, se associaram e compraram ações, pois viam que era uma coisa boa para a cidade, então, muito mais que o interesse econômico, sabiam que estavam investindo em coisa que iria gerar empregos, renda e desenvolver o município.

Assim sucessivamente, com as cooperativas, que tem este espírito solidário e construtivo, então basicamente esta é a vertente principal, no meu entender, do espírito voluntário de nossa comunidade.

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Alibem

Temos aqui cooperativas com um histórico de prestação de serviços, que deixa de ser um misto de interesse particular com o comunitário, então dentro daquela origem do espírito a que eu me referi. Como Santa Rosa era uma região afastada dos grandes centros de decisão política, as pessoas aqui, e este fato é importante, nós não éramos ouvidos pelo governo, então tinham que se encontrarem as soluções por aqui mesmo.

À medida que foram percebendo que tinham dificuldades e comercializar seus produtos agrícolas, se organizaram em cooperativas para através delas ampliar esta capacidade de superação, devido à distância dos grandes centros.

A cooperativa conseguia negociar preços melhores, tanto para compra de insumos como para venda dos produtos.

Eu tive por um lado à tristeza de ver o frigorífico Prenda fechar em Santa Rosa, no meu governo, começo da década de 2000, que foi vendido para o frigorífico Chapecó, e acabou entrando e crise acabou fechando.

Eu fui o prefeito que vivi a tragédia deste fechamento. Mas também vi uma ação política importante do Osmar Terra e outros políticos importantes. Pude ver a ressurgimento do frigorífico através da ação competente do Carlos Lee e o início da estrutura Alibem. Foi uma coisa maravilhosa porque o Alibem que achou um frigorífico completamente depredado, há meses fechado e com todo o prejuízo que representou isto, em termos de câmaras fria já apodrecidas, caldeiras que não funcionavam, toda parte elétrica e hidráulica comprometida.

O Alibem teve que reconstruir todo o prédio do frigorífico para, de fato, começar a operar. E eu acompanhei de perto, no início eram 70 pessoas que abatiam em torno de 300 suínos, e depois foi aumentando este número de abates.

O frigorífico representava e representa muito para o município, mas dependia de alguém que assumisse com capacidade técnica, vontade política e decisão para poder transformar aquilo que era uma potencialidade em uma realidade econômica e social, que hoje o frigorífico, as granjas e a própria fábrica de rações a empresa passa de 2 mil colaboradores.

É uma preciosidade que temos aqui com uma interação maravilhosa, principalmente agora nesta pandemia, o Alibem nos ajudou a balizar o procedimento industrial. Pela orientação que tivemos da empresa, através da adoção de práticas sanitárias, conseguimos aqui na microrregião manter toda as indústrias trabalhando sem se tronarem foco de propagação do vírus, além do fornecimento pela empresa de insumos e recursos financeiros para o combate a pandemia.

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Feiras

Com relação às feiras eu gostaria de dizer que certamente, para o moderno sistema de voluntariado de Santa Rosa, eu, como prefeito, tive uma contribuição relevante.

Em 1992 quando fui prefeito peça primeira vez e era o presidente da Fenasoja, Herberto Werner, nós decidimos transformá-la de uma feira que era feita pela prefeitura, para uma instituição que tivesse vida própria e transformamos a Fenasoja em um ente jurídico. A partir daí, certamente, as pessoas se deram conta que a feira não era mais da prefeitura, mas sim de Santa Rosa.

Houve uma incrementação enorme em torno da feira em que a própria renda financeira ficava com a Fenasoja. Foi criada uma estrutura muito mais sólida, duradoura e passou a fazer com que as pessoas quisessem participar da feira, lógico, voluntariamente.

Na mesma dimensão, o Hortigranjeiros se transformou em um ente jurídico, com a concordância dos três promotores que eram, Prefeitura, Emater e APHOROSA e o promotor passou o próprio Hortigranjeiros.

Da mesma forma, o Musicanto, depois de um tempo passou a ser um ente jurídico. Assim como a Oktoberfest, do bairro Central, quem comanda é a comunidade. Desta maneira eu penso também que os clubes sociais, que tem um papel importantíssimo. O Rotary e o Lions passaram a ter um papel fundamental na ampliação do voluntariado que hoje é certamente a grande força motriz de Santa Rosa, talvez seja este o maior patrimônio para a construção de Santa Rosa.

Mensagem

Em primeiro lugar sou muito grato a Deus por ter me dado a chance de vir a Santa Rosa, grato a população que deu a chance de ser prefeito por cinco mandatos e ainda um mandato de vice-prefeito e outro de deputado estadual. Foi por aqui que tive esta delegação de poder.

Tenho a convicção plena que Santa Rosa hoje está vivendo perspectivas extremamente promissoras de intenso crescimento econômico e com repercussão social o melhor possível. Uma riqueza que vai sendo conduzida e repartida para o maior número possível de pessoas que aqui vivem, podendo estudar, se formar, tendo boa saúde e desfrutando da alegria de viver em cidade que vai ser uma das melhores em qualidade de vida do nosso país.

Essa é a convicção que eu tenho e isto já está acontecendo e vai acontecer cada vez mais.

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