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O que não te contaram sobre um dos estigmas da obesidade

Obesidade, doença crônica que é porta de entrada para outras, como hipertensão e diabetes. Tendo em vista a relevância do tema, a data tem o objetivo de aumentar a conscientização e, assim, promover a prevenção e o controle da obesidade.

Dados do Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostraram que, em 2018, o excesso de peso já atingia 55,7% da população adulta do Brasil, e a obesidade 19,8%.

De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015, dentre os adultos com diabetes, 75,2% têm excesso de peso e, entre os adultos com hipertensão, 74,4% têm excesso de peso. Desse modo, é possível perceber que sobrepeso, obesidade, diabetes e hipertensão estão entre as consequências mais recorrentes da alimentação inadequada.

Muitas causas, um julgamento e a conveniência que custa caro para a saúde

Diante desses dados alarmantes, as ações para frear e prevenir a doença são essenciais. Mas ter consciência dos riscos da obesidade tem como consequência outro fator que poucas pessoas calculam: a abordagem culpabilizadora. Ou seja, é muito comum recair sobre as pessoas com obesidade “a culpa” de estar nessa condição, sendo assim vistos como indivíduos que não se preocupam com a própria saúde.

Quando se pensa nas causas da obesidade, logo vem em mente uma alimentação inadequada associada à falta de exercícios. Desse modo, parece lógico para muitos tratar os indivíduos com obesidade como desmotivados para a adoção de práticas saudáveis. O que não está sendo levado em consideração aqui é que a obesidade pode ter várias origens, mas também tem profunda relação com a forma como a sociedade está estruturada.

Acontece que o ambiente e o modo de vida no qual todos nós estamos inseridos tem favorecido e muito o avanço da doença, e isso já faz algum tempo. O fácil acesso a alimentos ultraprocessados, como salgadinhos chips, chocolate e macarrão instantâneo, dentro e fora de casa somado à alta disponibilidade, a preços baixos e à publicidade massiva relacionada a eles são elementos que contribuem para escolhas não saudáveis.

Por serem pobres em nutrientes e ricos em calorias, esses alimentos estão diretamente associados ao elevado consumo de açúcar, gorduras ruins, sódio e aditivos químicos, além de implicarem no baixo consumo de proteína, fibras, vitaminas, minerais e qualquer outro nutriente essencial ao corpo. A má alimentação é, portanto, o principal fator de risco para o desenvolvimento de diversas doenças.

Nas últimas décadas, foi fácil perceber que o brasileiro tem substituído seu tradicional arroz e feijão por alimentos processados e ultraprocessados. E o perigo dessa troca a gente já conhece! Mas além de substituir os alimentos frescos por produtos prontos, muita gente também tem deixado de preparar a própria comida.

Alimentação saudável: para começar na cozinha e desde cedo

Conforme o próprio Guia Alimentar para a População Brasileira orienta, cozinhar coloca ao alcance das mãos o conhecimento sobre a procedência dos ingredientes, além de resgatar e preservar a cultura gastronômica, promover a interação entre as pessoas, fortalecer as tradições e resgatar lembranças familiares. Até mesmo o hábito de sentar à mesa para comer, sem distrações, faz uma total diferença na alimentação.

O Guia Alimentar, produzido pelo Ministério da Saúde, é o principal orientador das ações de promoção da alimentação adequada e saudável e traz recomendações para promover a saúde e evitar enfermidades. As informações também são úteis para a prevenção e controle de doenças específicas, como a obesidade, a hipertensão e o diabetes.

Mas não basta que as mudanças de estilo de vida sejam individuais. É importante o reconhecimento coletivo que os modos de vida da sociedade favorecem os hábitos e as escolhas impactam diretamente na saúde. Esse raciocínio também ajuda a desconstruir os rótulos e preconceitos que permeiam os indivíduos com obesidade.

E se o cultivo da alimentação e dos hábitos saudáveis começar na infância? Então as chances de prevenir e evitar o excesso de peso na vida adulta são muito maiores. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade infantil também é uma epidemia global. E para além das complicações de saúde, também pode favorecer a prática de bullying entre crianças e adolescentes. Envolver as crianças no preparo da comida feita em casa e incorporar à sua rotina a atividade física pode ser o melhor legado deixado para as próximas gerações.

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