Um dos transtornos mentais mais associados ao trabalho é a Síndrome de Burnout. Esse transtorno é caracterizado por sintomas como exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal reduzida.
O transtorno está associado com as mudanças da relação com o trabalho na Era Moderna. Longas jornadas, trabalho excessivo e muita responsabilidade na função podem ser comuns em grandes corporações e levar a um quadro da Síndrome de Burnout. Também é uma realidade que os profissionais da saúde na linha de frente de combate ao Covid-19 estão enfrentando.
Segundo uma pesquisa realizada pelo ISMA-BR (International Stress Management Association – Brasil), 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse, do nível leve ao devastador. Entre eles, 32% tem a Síndrome de Burnout.
Apesar de sofrerem com o transtorno, 92% declararam que sentem que não tem condições de trabalhar, mas continuam por medo de uma demissão. E 49% também enfrentam a depressão, com tendência a desenvolver a versão crônica da doença.
Mas o que é a Síndrome de Burnout?
Também conhecida como a Síndrome do Esgotamento Profissional, ela é oficializada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. A doença atinge profissionais que trabalham com alta carga horária e muita responsabilidade. Assim, é mais comum em pessoas que possuem jornadas duplas.
O uso popular do termo Burnout foi utilizado pela primeira vez em um romance de Greene de 1961, A Burn-Out Case. O livro conta a história de um arquiteto espiritualmente atormentado e desiludido deixa o emprego e se retira para a selva africana.
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Até mesmo textos anteriores, tanto ficcionais quanto não ficcionais, descreviam fenômenos semelhantes, incluindo fadiga extrema e a perda de idealismo e paixão pelo trabalho. A importância do Burnout como um problema social que foi identificado por profissionais e comentaristas sociais muito antes de se tornar foco de estudo sistemático por pesquisadores.
Na psiquiatria, o termo começou a ser utilizado pelo psicanalista americano Herbert Freudenberger, em 1974, para descrever o problema que ele e seus colegas enfrentavam. A síndrome é bastante recorrente em quem trabalha na área médica, especialmente profissionais que atuam em hospitais, com turnos extensos.
O tratamento para a Síndrome de Burnout
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feito por um profissional especialista, após uma análise clínica do paciente. O psiquiatra e o psicólogo são os profissionais de saúde indicados para identificar o problema e orientar a melhor forma de tratamento, conforme cada caso.
É indicado procurar um psiquiatra para identificar em que nível está a síndrome e como proceder com o tratamento. Normalmente, o psiquiatra passará tarefas que possam ajudar a distrair o paciente. Por exemplo, atividades físicas podem deixar o paciente mais calmo, aliviando todo o estresse e tensão que sente.
Entretanto, casos mais graves de Burnout, que tenham desenvolvido depressão e ansiedade, podem precisar do uso de medicamentos. O psiquiatra poderá realizar a avaliação e prescrição. Neste caso, o teste farmacogenético pode ser muito útil no tratamento.
O exame analisa como genes específicos interferem no comportamento de antidepressivos e outros medicamentos utilizados para tratar depressão e ansiedade. Assim, indica quais fármacos tem maior possibilidade de resposta assertiva, quais tendem a causar mais ou menos efeitos colaterais e como ajustar a dosagem.
Sintomas da Síndrome de Burnout:
Esgotamento profissional
A mente de quem tem Burnout mantém a pessoa alerta o tempo todo. Deste modo, ela se sente exausta. Em muitos casos, o profissional possui um emprego que exige muito dele. É como se não houvesse mais energia física e mental. O fim de semana de descanso e até mesmo férias não são suficientes para vencer o cansaço.
Insensibilidade ao mundo ao redor
Um dos sintomas da Síndrome de Burnout é que o profissional se torna insensível ao que acontece a sua volta. Ela sofre uma despersonalização em relação aos sentimentos. Fica difícil ter empatia ou emoções. A doença também é caracterizada por confusão, reações negativas e alienação.
Sensação de incompetência
O profissional vê uma queda na produtividade e aumento de erros, devido a confusão mental. Com isso, vem uma sensação de incompetência. Por mais que tente trabalhar mais para compensar, está esgotado.
Depressão e ansiedade
É muito comum a pessoa com Burnout desenvolver um quadro depressivo e de ansiedade. Na maioria dos casos estão presentes os sintomas: insônia, alteração de humor, dificuldade de concentração, falta de apetite, isolamento, pessimismo e baixa autoestima.
Outros sintomas:
• Dor de cabeça frequente;
• Alterações no apetite;
• Insônia;
• Pressão alta;
• Dores musculares;
• Problemas gastrointestinais;
• Alteração nos batimentos cardíacos.
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