Sem Título-1

O dia em que a terra parou…

Jacinto A. Zabolotsky
Advogado e cronista

Esta frase foi transformada em uma famosa música lançada em 1977 pelo cantor baiano do Raul Seixas (1945-1989), que previu “O dia em que a terra parou”, nunca foi tão atual, conforme apontam os internautas. Por conta disso um vídeo está se espalhando nas redes sociais. Nele diz que o cantor brasileiro previu a crise causada com a chegada desta pandemia do coronavírus ao Brasil.

Agora após passados mais de 43 anos, parece que está mais atual que nunca, pois estamos diante de uma Pandemia que parou o mundo, em que pese ter alguns que dizem que é “manipulação da opinião pública”, pois tudo parou na quarentena, sabemos que o funcionamento da economia depende do trabalho do setor privado, para o enfrentamento da crise, pois as demandas da produção e do consumo vão mudar drasticamente a partir de agora.

As duas perguntas que nos aguardam; Como saíremos dessa? E que tipo de sociedade nos aguarda quando tudo isso passar?

Certo ou errado, contudo, o que fica é uma enorme lição de quanto o ser humano é frágil perante a natureza. O vírus sublinha a pequenez do homem. Esse homem que inventa máquinas incríveis para se comunicar a distância, mídias instantâneas e globais, que já foi a Lua, possui bombas atômicas que podem destruir o homem na face da terra, contudo, ainda não conseguiu uma vacina contra este mal que assola o mundo inteiro, na maior crise do sec.XXI.

A Covid-19 iniciou a sua cavalgada apocalíptica na China. O país que antes se gabava de ser uma espécie de Deus da tecnologia. Do 1,99 à mudança benéfica para o meio ambiente na eletrificação do automóvel, a China foi invejada. Mas ela permaneceu indiferente a culturas ancestrais como o hábito de devorar animais selvagens. Num destes animais morava o vírus…

Diante desta ameaça planetária, certamente estamos vivendo a maior crise da história da humanidade e do séc. XXI. A pandemia tomou conta de nossas vidas, de nossas relações humanas, das nossas profissões. Vivemos em isolamento social, enclausurados, num pesadelo, pois dormimos e acordamos falando neste cenário de calamidade pública e não sabemos ao certo o que está ainda por vir. No lugar de união, um festival de divergências pouco produtivas, especialmente da classe política, que acirra disputas nada republicanas.

Mas apesar de todo o caos instalado, as relações humanas e jurídicas continuam acontecendo: há contratos em vigor, dívidas a serem pagas, aluguéis vencendo, patrões demitindo empregados, pessoas perdendo o emprego ou tendo férias forçadas, contratos sendo impedidos de continuar em razão da quarentena, enfim, o mundo está bem diferente, mas não parou.

E ao mesmo tempo, no mundo lá fora, há pessoas precisando de nós, do nosso conhecimento, principalmente dos profissionais na área da saúde, da nossa solidariedade.

Diante deste cenário de guerra pandêmica, devemos mudar conceitos. O mundo está nos ensinando algo que não vemos e neste momento tudo está no seu lugar. Agora as pessoas tem tempo e até não sabem como lidar com este tempo. Os pais estão em casa com os seus filhos, toda a família está reunida, onde o melhor presente é não visitar o aniversariante!

O trabalho não é mais importante. Até os passeios estão sendo deixados de lado. Neste momento pensamos em nós, como temos este tempo? Estamos vendo o que tem valor em nossas vidas. Constatamos de que estar sozinhos não é bom…

Damos mais valor as pessoas ao redor de nós. Neste momento vemos que estamos todos num mesmo navio, se somos ricos, pobres, se andamos a pé, de carro, de avião, ou qualquer outro meio de transporte. Principalmente as pessoas idosas devem ficar confinadas em casa. Não sabemos como vai ficar com todos nós. Temos este tempo para meditar, como podemos ser pessoas melhores, não pensar somente em si, mas na coletividade.

Muitas pessoas estão morrendo em todo mundo, devido a esta pandemia, também sabemos que morrem muitas pessoas por outras enfermidades, por ex. fome, câncer, infarto, além de outras doenças, também por injustiças, que segundo o cientista Atila Iamarino: “Para o mundo que a gente vivia não vamos poder voltar”, ressalta. A vida continua e tudo vai passar. Temos que nos cuidar e fazer a nossa parte. Devemos ter esperança que amanhã será melhor… estamos passando por muitas provações. Deus está fazendo um teste com nós. O mais forte vencerá, para quem tiver mais fè e perseverança, nada é por acaso. Quem viver, verá…

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