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Artista, Viajante e atleta

Quem não gostaria de fazer viagens pelo mundo? Quem não gostaria de ter talento para criar? Um talento diferenciado, uma visão expressa em vários tipos de artes: escultura, pintura, desenho e outros.

Ao andarmos por ruas e rótulas de Santa Rosa nos deparamos com algumas obras criadas por Jeferson Rossi Furtado. Uma das mais conhecidas é a Rótula do Taffarel.

Na entrevista concedida ao Programa Plural Entrevistas do Portal Plural, o artista e desportista, veio acompanhado pelo sobrinho e diretor do Jornal Plural, Pável Bauken, que na oportunidade disse estar muito feliz em poder entrevistar seu tio, uma vez que também é um admirador das obras e histórias de aventuras protagonizadas por ele. Pável Bauken revelou que “por muitas vezes o tio, Jeferson, me chamou para ajudar no manuseio das obras e até mesmo fotografá-las”.

A primeira obra

Jeferson revelou que não tinha a intensão de ser um artista e trabalhar com isso, mas, segundo ele, as coisas foram acontecendo. Sua primeira criação foi: um gaúcho em seu cavalo, confeccionada com material de sucata. A obra ganhou a atenção do público, uma vez que na época o único artista que trabalhava com sucatas e tinha suas criações reconhecidas era Paulo de Siqueira com muitas obras espalhadas pelo estado do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. “O sucesso da obra do gaúcho sobre um cavalo foi tão imediato que não demorou muito para que encomendas começassem a acontecer”, disse Jeferson.

Primeira obra comercializada

Após começar a ganhar notoriedade no munda das artes, viveu um grande momento, “A primeira venda de uma obra feita com sucata foi o Cisne, para a Sociedade Esportiva e Recreativa (SER Cisne), a escultura está localizada na entrada do clube até hoje”.

Aprimoramento das técnicas

“Inicialmente não fazia ideia de técnicas a serem usadas nos trabalhos com solda e surgiu um concurso nacional de obras com escapamentos de automóveis provida pela Vanzin Industrial Auto Peças, da cidade de Xanxerê – SC. A oportunidade surgiu na sequência as obras estavam sendo reconhecidas, admiradas e valorizadas”, já que estava em uma crescente como artista, Jeferson decidiu participar e criou um índio de tamanho natural com o pé sobre um escapamento da marca, fez algumas fotos e enviou para a empresa promotora do concurso no qual participaram cerca de 260 artistas de todo o país, “A obra do índio foi uma das 10 selecionadas na avaliação final e conquistou o primeiro lugar. Meu primeiro prêmio como escultor foi uma moto”.

Primeira exposição de artes

Motivado pelo sucesso obtido no concurso em Santa Catarina, Jeferson foi incentivado pelo Secretário de Cultura da época, Gilnei Bauken, a realizar uma exposição no Centro Cívico e Cultural. “O evento foi um sucesso”, o escultor criou várias peças chamando a atenção da comunidade, se tornando algo inédito para a época, uma exposição com obras feitas de sucatas. Desse momento em diante Jeferson deslanchou como escultor, reconhecido no difícil e concorrido mundo das artes. Uma das peças exposta e com grande sucesso foi: O Faraó.

A preferência por obras gigantescas

Jeferson não é só um escultor que usa as sucatas para dar formas as suas obras, ele possui um grande diferencial, o tamanho das suas obras. Mesmo tendo iniciado com criações pequenas, foi nas obras gigantescas que ele se diferenciou dos demais artistas locais e nacionais. Ele é o criador do Gaúcho, de aproximadamente 7 metros de altura e que pesa cerca de2 toneladas, está exposto no CTG Chama Crioula. Jeferson destacou no Programa Plural Entrevistas que, “Os materiais utilizados nas obras são encontrados facilmente em oficinas e metalúrgicas de Santa Rosa, sempre em conformidade com a necessidade da obra, tenho preferência por criar peças de grande porte, não pelo fato de aparecerem mais, e sim pelo prazer de fazê-las e observar que aos poucos vai criando um formato a cada material fixado a outro com o uso da solda, É como se eu estivesse dando vida a aquele monte de ferro, entulho jogado ao chão de alguma empresa”.

A montagem das criações, peças por peças

Pável Bauken destacou que o tio é criativo e de uma imaginação fora do real e também detalhista, “As obras seguem uma conformidade surpreendente, como se estivessem sido elaboradas primeiro em um projeto (esboço em desenho)”, mas Jeferson destacou que nunca se utilizou de um desenho ou projeto em papel para criar suas obras, “As figuras vão tomando forma a cada nova peça, como por exemplo, o dinossauro precisou ter uma noção do tamanho para só então iniciar a criação da peça”. Conforme vai montando, vai escolhendo as próximas peças que se encaixe com a anterior. Em alguns casos, ele utiliza fotos para ter uma noção de como se dará sua criação.

Quantidade de obras criadas

Há muito tempo se dedicando a arte da escultura, Jeferson Rossi Furtado já assina mais de mil obras entre gigantes e pequenas. Uma delas de tamanho médio é a do ex-goleiro da seleção brasileira, Taffarel. O Próprio goleiro participou da inauguração com a esposa e filhos, “Uma miniatura de apenas metro de cumprimento da escultura foi encomendada pela esposa do jogador que o presenteou em um Natal. A obra é guardada na sala de troféus na residência do ídolo da Seleção Brasileira de Futebol”, revela Jeferson.

A valorização dos trabalhos e do talento

Olhar uma obra de Jeferson Rossi Furtado é algo que mexe com todas as emoções de um apreciador, seja pelo tamanho, formato, peças usadas ou mensagem transmitida. Pável Bauken lamenta que o verdadeiro valor e reconhecimento do artista, só terá sua tenacidade maior após a morte, afirmou também que ao visitar o tio, sempre traz alguma peça para sua casa. No mesmo contexto, Jeferson salientou que um artista leva em torno de 70 anos para ter seu talento reconhecido.

Na próxima edição você confere sobre as viagens de Jeferson em sua bicicleta.

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