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Precisamos falar sobre a depressão infantil

Normalmente associamos crianças à vitalidade e a felicidade, no entanto, é muito difícil perceber que crianças possam sofrer de depressão infantil. A depressão é o mal do século e atualmente não é difícil encontrar alguém que sofra de ansiedade, taquicardia, angústia, dor no peito ou outros sintomas depressivos.

Dados recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam uma situação alarmante em relação à depressão infantil, estima-se que 180 milhões de crianças no mundo estejam enfrentando a doença. Caso os nossos pequenos não tenham ajuda necessária, o prejuízo poderá afetar diretamente o seu desenvolvimento.

A depressão infantil é um distúrbio de humor que vai além da tristeza normal e temporária. Ela é uma perturbação orgânica, que envolve variáveis sociais, psicológicas e biológicas. Além de uma tristeza profunda, é acompanhada por alterações significativas no comportamento da criança.

Os sintomas de depressão em crianças são os mesmos encontrados nos adultos: irritabilidade, humor depressivo, perda do interesse na maioria das atividades ou incapacidade de sentir prazer nelas, dificuldade de raciocínio ou de concentração, falta ou excesso de apetite, diminuição ou aumento das necessidades de sono, ideias de culpa (a criança se sente culpada de algo que não fez ou, se fez, a culpa é exagerada) ou de menos valia (excessiva desvalorização de si mesmo), sensação de falta de energia, ideias de morte e suicídio, chegando até às tentativas de suicídio.

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Esse transtorno encontra-se cada vez mais frequente em crianças e adolescentes. As ocorrências dos sintomas em crianças têm se mostrado maior na faixa etária entre 06 (seis) e 11 (onze) anos de idade.

Na perspectiva psicológica, a depressão está associada ao comprometimento da personalidade, baixa autoestima e autoconfiança. No que se refere ao âmbito social, pode-se considerar como uma falta de adaptação ou um grito de socorro. Também é ocasionada por fatores de natureza psicológica, emocionais, como a mudança de cidade, de casa, de escola, de professores, a separação dos pais, presenciar discussões em casa, pertencer a famílias disfuncionais e com altos níveis de depressão, ansiedade e comportamentos antissociais por parte dos pais.

Hoje estamos vivenciando uma situação inusitada: a pandemia de COVID-19 e a quarentena, que estão refletindo na forma que as crianças se comportam e se desenvolvem (sono alterado, emoções à flor da pele, ensino a distância, etc.). Os sinais de ansiedade também se expressam pelo corpo, com maior ocorrência de dores de cabeça ou barriga, e/ou por comportamentos regressivos, como por exemplo, voltar a pedir chupeta, correr para a cama dos pais à noite, fazer as necessidades fisiológicas nas roupas, entre outros.

Além dos desafios particulares, já se visualiza um drama coletivo que se aprofunda com a pandemia, a desigualdade social tem potencial de gerar ainda mais transtornos psicológicos na infância, isso pode refletir em mais casos de depressão.

Os pais devem ficar atentos para detectar comportamentos diferentes. Fiquem sempre em alerta, conversem com as crianças, procurem escutar e se interessar pelas atividades que elas fazem, oriente-as nas dúvidas e nos questionamentos. A criança com boa autoestima tem confiança nela mesma e em suas capacidades, sabe reconhecer seus erros e aprender com eles.

Caso percebam sintomas no seu filho, a primeira atitude é procurar a ajuda médica e psicológica. Se o problema for constatado, sigam todas as orientações do especialista, quanto antes às intervenções forem iniciadas, melhores as chances de recuperação.

O tratamento busca a remissão completa dos sintomas, e a opção se dá de acordo com a gravidade do quadro de cada paciente. É indicada psicoterapia, psicoeducação dos pais ou responsáveis acerca do quadro e seu tratamento, e se necessário, medicação antidepressiva.

As crianças e os adolescentes precisam de apoio para lidar com a situação. Tenha calma neste momento, mostre que você está ao lado e diga o quanto seu filho é importante.

FIQUE ATENTO: DEPRESSÃO É COISA SÉRIA!

 

CIBELI ITTNER
PSICÓLOGA CLÍNICA / CRP 07/21783
– ESPECIALISTA EM PROBLEMAS
DO DESENVOLVIMENTO DA INFÂNCIA
E ADOLESCÊNCIA
(55) 996484933

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