A prática regular de atividades físicas é reconhecida como uma necessidade para um estilo de vida saudável. No entanto, atualmente no Brasil o número de sedentários tem aumentado significativamente, dados recentes mostraram que a 45,1% da população adulta não alcança 150 minutos de atividade física moderada por semana.

Por outro lado, visando combater o sedentarismo e a melhora da qualidade de vida dos indivíduos, uma boa alternativa para a população em geral é a prática da caminhada, que além de melhorar a capacidade aeróbica e promover benefícios significativos para a aptidão física geral, ainda pode reduzir fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis como obesidade, hipertensão arterial e diabetes tipo 2.

No Brasil, a prática da caminhada foi à principal atividade física apontada pela população adulta, apresentando 49,1% da amostra acima dos 15 anos de idade dos 28,1 milhões de praticantes de atividades físicas no Brasil (IBGE, 2017). E, ambientes urbanos como parques e praças, além do contato com a natureza, esses espaços podem aproximar as pessoas de relacionamentos intra e interpessoais entre os praticantes, em vivências no âmbito do lazer e do esporte.

No entanto, mais recentemente tem sido sugerida a importância de conhecer um pouco mais sobre o perfil dos frequentadores desses ambientes para potencializar as oportunidades de práticas corporais em praças e parques. Diante desse desafio, o objetivo do estudo piloto foi identificar o perfil dos indivíduos que buscam a prática da caminhada no parque Tape Porã na cidade de Santa Rosa RS.

O estudo foi de caráter descritivo, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 20 indivíduos adultos (7 homens e 13 mulheres) selecionados de maneira aleatória, mas que atendessem os dois critérios de inclusão: estar caminhando no local escolhido e concordar em participar da pesquisa.

A pesquisa foi realizada no parque Tape Porã no centro de Santa Rosa, através de um questionário, o mesmo foi composto por sete perguntas de múltipla escolha. Foi realizado o cálculo do Índice de Massa Corporal através da fórmula IMC = peso corporal (kg) / altura2. Esse trabalho está caracterizado como um estudo piloto, que por definição, o estudo piloto é um teste, em pequena escala, dos procedimentos, materiais e métodos propostos para determinada pesquisa.

Esses resultados caracterizam os participantes de estudo como ativos, já que as recomendações para promoção de saúde e prevenção de doenças em adultos são de 150 minutos de atividade física aeróbica, de intensidade moderada, por semana, ou pelo menos 75 minutos de atividade física aeróbica, de intensidade vigorosa. A maioria dos indivíduos praticavam a caminhada a mais de 3 anos e preferem caminhar no período da manhã por sentirem-se mais dispostos no restante do dia.

Na pesquisa, os dados apontam que o principal objetivo das pessoas é emagrecer, em segundo lugar sentir-se melhor.

Nessa questão era permitido marcar mais de uma opção, foram 137 respostas dentro das 12 opções. A maioria respondeu que caminhava com objetivo de emagrecer, seguido de “sentir-se melhor”. O objetivo menos apontado foi “Combater Problemas de Saúde”.

Novamente foi possível comprovar uma boa percepção dos indivíduos para sua saúde, de acordo com o IMC (29,7kg/m2) a maioria encontra-se com sobrepeso corporal e busca emagrecer com a prática da caminhada. Quanto a sentir-se melhor já é comprovado que o exercício físico é capaz de gerar uma sensação de prazer pós-exercício em decorrência de uma série de hormônios como a beta-endorfina.

A maioria dos entrevistados praticam caminhadas a mais de 3 anos, com frequência de 5 dias na semana, somando mais de 100 minutos de caminhada semanal e a grande maioria prefere caminhar no período da manhã.

A maioria dos indivíduos diz que se motiva de forma própria à realização da caminhada, devido à mesma não gerar custos e não oferecer riscos, nessa perspectiva, a prática da caminhada é a terapia de menor custo para a prevenção de doenças e melhora na saúde.

Quando questionados sobre outra prática além da caminhada, 35% diz optar pela musculação como segunda prática corporal. Assim, os resultados sugerem que os sujeitos apresentam um cuidado na manutenção de sua aptidão física geral, quando realizam além da caminhada, caracterizada como exercício aeróbico, a musculação, característico exercício de força.

A pesquisa institucional foi desenvolvida no Departamento de Humanidade e Educação pertencente à disciplina: Praticas motoras para o desenvolvimento da aptidão física. Curso de Licenciatura em Educação Física da Unijuí, através dos alunos: Mônica Cecília Engel e Rafael Luis Malakowski, acadêmicos do curso de Educação Física, Bacharelado e Licenciatura-UNIJUI; Vanessa do Nascimento dos Santos e Raili Iara Penke, acadêmicos do Curso de Educação Física, Bacharelado- UNIJUI e Iberê Machado Kostrycki, Professor do Departamento de Humanidades e Educação, Educação Física- UNIJUI.