A Metalúrgica Marks foi fundada em 17 de dezembro de 1956 com a razão social de “IRMÃOS MARKS LTDA”, tendo como principal ramo de atividade lastros para cama e funilaria, entre 1962 e 1976, surgiu a nova marca e nova razão social a empresa passou a se chamar “L MARKS & Cia Ltda”, em 20 de agosto de 1976 iniciou atividades reformuladas a metalúrgica mudou o ramo de atividade para “fabrica de reservatórios de combustíveis e funilaria”, no dia 21 de dezembro de 1987, incluiu diversos serviços ao seu ramo de negócio. A Metalúrgica cresceu e passou a ser fábrica de reservatórios de água, tanques para combustíveis, selecionadores de sementes de soja, serralheria, funilaria, lareiras metálicas e peças e conjuntos soldados para o ramo agrícola a qual permanece até os dias atuais, entre 1987 e 1992 a transição contratual para Indústria, houveram mudanças de alteração contratual, e a atividade da empresa passou a ser Indústria Metalúrgica.

Desde o surgimento da empresa em 1956, quando ocupava uma área de 70m², com dois sócios e 1 (um) funcionário, houve mudanças de nomes da administração e também crescimento patrimonial. Atualmente a empresa possui uma área construída de milhares de metros quadrados, possuindo aproximadamente 145 colaboradores e dois sócios administrativos.

Atualmente a Metalúrgica Marks é comandada pelos irmãos Sigfrid Marks e Egon Marks. Eles são sócios diretores da empresa. O Jornal Plural conversou com Sigfrid Marks, de 53 anos, casado e pai de filhas que assumiu o comando da empresa juntamente com seu irmão Egon no ano de 1986. Antes a metalúrgica era administrada pelo pai Leonardo Marks (Fundador), por um cunhado e seu irmão Egon Marks. Devido a problemas de saúde, o pai acabou se afastando e logo depois o cunhado também saiu passando a ser comandada pelos irmãos.

O crescimento gradativo

A evolução da empresa foi ocorrendo desde a fabricação de Alambiques de cobre e aço inox até tanques de combustíveis, fachadas, letreiros, exaustores eólicos e selecionadores de sementes de soja. A partir de 1990, a Marks começou a realizar serviços de manutenções internas em várias empresas como: Pioner Sementes, Camera e AGCO. Para conseguir honrar com os compromissos os trabalhos iniciavam na sexta-feira e só terminava na noite de domingo. Logo na sequência devido a responsabilidade e seriedade, a empresa passou a ser uma sistemista no fornecimento de peças e o primeiro desafio foi criar uma gabine metálica para colheitadeira. Mesmo sem muita estrutura de maquinários para a fabricação, os até então empreendedores não desistiram e tiveram apoio de outras empresas no empréstimo de equipamentos para pontear o material e dessa forma foram conseguindo comprar suas próprias ferramentas de produção. Percebendo o potencial do mercado a Marks começou a buscar novos recursos e apostou no objetivo do fornecimento de peças, uma vez que os resultados no primeiro seguimento (manutenção e Serviços) eram quase nulos.

Negócios e Clientes

Hoje a Marks metalúrgica é sistemista de montadoras fornecendo para a AGCO do Brasil, sendo todas as plantas de Santa Rosa, Ibirubá, Canoas, Moggi e Jundaí. Para a John Deere Brasil, a Marks fornece para as cidades de Horizontina, Montenegro, Campinas, Indaiatuba e Catalão. Para a GTS do Brasil também na área do agronegócio, a empresa fornece plataformas de corte de milho. Outra cliente é a Oxy do Brasil, uma empresa americana que se estabeleceu na região noroeste através de uma parceria com outra empresa de Cruz Alta, no qual é fornecida toda a estrutura de uma colheitadeira de café sendo: Chassi e parte metálica restando apenas a montagem cuja a responsabilidade é da empresa contratante.

A Metalúrgica Marks atua em quatro aéreas: Produção seriada para atender os sistemistas, Corte a Laser prestando serviços para pequenas, médias e grandes empresas da região noroeste, embalagens metálicas retornáveis para transportes de peças e outras.

Dificuldades enfrentadas e superadas

Conforme Sigfrid Marks, a metalúrgica possuía muitas dificuldades em conseguir mão de obra especializada, para suprir essa necessitada ocorreram contratações de cursos de capacitações dentro da própria empresa para todos os setores. Os profissionais foram formados em suas respectivas áreas praticamente dentro da metalúrgica tendo sido um fator determinante para o crescimento cujo resultados são percebidos até hoje. Já com referências as oscilações econômicas, a metalúrgica passou por um período de sazonalidade, onde as peças fabricadas eram especificamente para colheitadeiras sendo que a maior demanda ocorre no período de novembro a março, logo depois os pedidos sofrem uma baixa, fato que fez a metalúrgica buscar por outros seguimentos no setor metalúrgico para que fossem preenchidos os outros meses do ano objetivando a manutenção do equilíbrio de produção. Foram muitos os períodos críticos, mas, Sigfrid Marks citou no início da gestão com seu irmão, a dívida que a empresa possuía era praticamente impagável, porém, com muito trabalho e dedicação foi possível quitar todas as pendências mesmo sendo uma empresa familiar com poucos recursos. O Setor financeiro da empresa mantém o controle de todos os investimentos uma vez que todos os momentos de crise superados serviram como base de aprendizado e experiência.

Funcionários, empregos gerados e situação financeira

Hoje a Metalúrgica Marks tem em torno de 135 funcionários com 235 empregos diretos se contar com os profissionais das empresas que prestam serviços para a metalúrgica e pelo menos 100 empregos indiretos. Sigfrid Marks destacou que hoje a empresa está saudável, sem dividas e condição financeira estável, entretanto, essa estabilidade corre riscos devido o atual cenário de crise em virtude do Coronavirus (Covid-19), mas, atualmente a metalúrgica vive seu melhor momento com equipamentos modernos de última geração. Foram efetuados investimentos em novas tecnologias que melhoraram a produtividade com a redução de custos aliado a alta qualidade, sendo esta uma exigência de clientes americanos de grandes montadoras. A Metalúrgica realizou investimentos altíssimos com a aquisição de robô de solda, linha contínua de pintura em pó, centro de usinagem, novo torno, duas novas máquinas com maior velocidade.

Resultado final

A Metalúrgica Marks não possui vendedores externos, todos os contratos são fechados através de indicações de clientes que ficaram satisfeitos com o resultado do serviço contratado. Sigfrid Marks acrescenta que orgulho que “tudo que a gente fez, foi fazer um bom trabalho com qualidade respeitando o prazo de entrega e preços competitivos aliado a satisfação do cliente final. Como diz o velho dito popular “O que engorda o gado são os olhos do dono”, o sócios fazem questão de acompanhar o dia a dia da empresa e desta forma estarem cientes das dificuldades e necessidades de cada colaborador que crescem por seus próprios méritos. Ele salientou que existem mais acertos do que erros na condução administrativa da metalúrgica fato que possibilita manter-se no mercado com crescimento anual.

Projeção de futuro

A Metalúrgica Marks já está ha 64 anos no mercado metalúrgico. A matriz está localizada no centro da cidade próximo ao terminal Rodoviário onde funciona o departamento administrativo e serviços de corte a laser e na área industrial se concentra a produção seriada em uma área de 08 mil metros quadrados. Futuramente o propósito dos sócios será transferir todos os setores para a área industrial. Sigfrid Marks finalizou dizendo que sente um imenso orgulho em ser um dos sócios proprietários da Metalúrgica Marks, a empresa é a vida da família e todos tem uma paixão enorme pelo que fazem e esse sentimento é repassado aos funcionários, no qual agradece pelo empenho, comprometimento e determinação. Ele também assinalou que atualmente ser empresário no Brasil é muito difícil sendo quase mágico que a cada dia precisa se reinventar devido a imprevisibilidade e mesmo assim a meta é estar a cada dia mais estruturado com colaboradores mais seguros proporcionando oportunidades para aquele que realmente deseja crescer junto com a empresa.