Jeferson entrega ao TCE 14

Jeferson entrega ao TCE 14 indícios de irregularidades na privatização da Corsan

Foi encaminhado, pelo Deputado Estadual, Jeferson Fernandes, presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Água Pública, um documento solicitando a investigação de 14 indícios de irregularidades nos processos de privatização da CORSAN e de regionalização do setor no RS, implementados pelo governo Eduardo Leite.

Segundo Jeferson Fernandes, “é preocupante o que está em curso no estado, porque muda completamente a forma de gestão do saneamento no estado e o faz de forma açodada. Nenhum ente federado tem um processo tão atrapalhado quanto aqui”, afirmou o parlamentar.

CONTRAÇÃO DE ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA SEM LICITAÇÃO

Os principais indícios de irregularidades apontados são a contratação pela CORSAN, sem licitação, de escritórios de advocacia, que teriam a função de produzir pareceres favoráveis a colocação de aditivos nos projetos de saneamento já celebrados entre municípios e Companhia, sem a aprovação nas respectivas Câmaras de Vereadores.

“São escritórios privados que tentam incidir no debate público, criando uma falsa segurança jurídica”, frisou o Deputado Estadual.

CRIAÇÃO DE CARGOS DE CONFIANÇA

Foi citada também a criação de cargos de confiança na estatal, sem lei prévia autorizativa, para atuarem na preparação para a venda da Companhia. “Ampliaram de 3 para 21 os cargos de diretoria, com pessoas escolhidas politicamente para entregar a Companhia à iniciativa privada antes mesmo de haver autorização Legislativa para esta operação”, disse Jeferson.

GRAVAÇÃO DE INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS

O parlamentar também denunciou o fato de um funcionário que ocupou cargo comissionado na Corsan ter gravado para si informações estratégicas antes de deixar a Companhia e ser admitido na Equatorial Energia, empresa que quer comprar a Corsan. “Isso é um escândalo que me foi revelado com detalhes, mas somente com a garantia de sigilo do nome do denunciante por conta da censura adotada pela diretoria da CORSAN”, contou Jeferson.

CÓDIGO DE CENSURA E AMEAÇA DE DEMISSÃO

A criação, pelo diretor da Companhia, de um código de censura e ameaça de demissão, para evitar que os servidores denunciem irregularidades no processo de privatização. Jeferson citou ainda o relato de servidores de que estão recebendo propositalmente material insuficiente para fazer a manutenção das redes de água nos municípios, de modo a causar animosidade entre a Companhia e a população local.

Cezar Miola observou que já há representações no TCE em relação à contratação de escritórios de advocacia sem licitação, que já receberam denúncias quanto à contratação de CCs e, que há representação no Ministério Público de Contas. “Nossa política é dar celeridade às matérias. Estes expedientes já estão com diferentes encaminhamentos”, disse Miola

Comments are closed.