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Empresa gaúcha cria estratégia para incentivar a vacinação infantil

A Biotecno, empresa gaúcha de refrigeradores e freezers científicos, lançou uma iniciativa para combater os baixos índices atuais de vacinação infantil. A ação envolve materiais interativos, brindes para serem distribuídos para as crianças na hora da imunização e a criação de conteúdos educativos. Os esforços foram motivados pelos últimos índices, que colocam o Brasil entre os dez países com a maior quantidade de crianças com vacinação atrasada.

A Biotecno atua há mais de 20 anos no mercado e vende câmaras científicas que armazenam vacinas e medicamentos. Em 2020 a empresa ganhou notoriedade por fornecer o equipamento que guardou a primeira vacina de COVID-19 do Brasil. De acordo com Lídia Linck Lagemann, sócia-proprietária da Biotecno, o objetivo desta ação é de se comunicar tanto com os pais quanto diretamente com as crianças. “A vacina deve ser um momento feliz para a criança e uma responsabilidade cumprida pelos pais, e quando a criança gosta do momento, os pais também curtem e fica mais fácil a conscientização”, afirma Lídia.

Por isso, foi criado uma mascote, a abelhinha Bia, que se transformou na cara da campanha. É a imagem dela que está presente nos pirulitos, adesivos, bottons e no dado interativo que são distribuídos para os parceiros da empresa utilizarem durante a vacinação. “A criação da nossa mascote Bia e a interação da criança durante a brincadeira com o dado colorido, que possui frases incentivadoras tem tornado o momento da vacinação mais divertido e lúdico”, afirma Lídia.

E para 2023, a Biotecno está preparando o lançamento de um vídeo interativo, que as crianças poderão assistir no momento da vacinação, através de um óculos 3D de realidade virtual. O material irá reforçar, de forma lúdica, a importância da vacinação na prevenção de doenças.

Brasil conta com taxas de vacinação infantil abaixo da média mundial

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgados em julho, 25 milhões de crianças estão com as vacinas atrasadas no mundo inteiro. Esta é a maior queda contínua nas vacinações infantis dos últimos 30 anos. Ainda de acordo com estes dados, o Brasil está entre os dez países com a maior quantidade de crianças com imunização atrasada.

Existem alguns fatores que ajudam a explicar este quadro. Um deles é o aumento das campanhas de desinformação e dos movimentos antivacina, que ganharam muita popularidade nos últimos anos. A questão é tão importante que em 2020 a OMS elegeu 2020 o tema como um dos 13 maiores desafios de saúde a serem enfrentados nesta década.

De acordo com a Dra. Fabiana Breitenbach, Diretoria de Atenção Primária à Saúde da Fundação Municipal de Saúde de Santa Rosa (FUMSSAR), “ao longo dos anos as campanhas de vacinação perderam muita força. É importante o apoio de toda a sociedade no tema da vacinação infantil. Doenças como sarampo, coqueluche, poliomielite, são comprovadamente preveníveis com a vacina. A desinformação prejudica muito atualmente”.

Normalmente, os grupos que espalham estas notícias falsas costumam se concentrar nos efeitos colaterais da vacinação. Isso enquanto ignoram o papel comprovado cientificamente das vacinas na prevenção de surtos e diminuição das mortes.

Ironicamente, outro fator que também influencia nos baixos índices de vacinação infantil é o sucesso das campanhas anteriores. Elas causam a retirada destas doenças do debate público e a falsa percepção de que estamos livres de doenças que não são mais faladas.

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