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A importância do empresário no setor público

Realizado quinzenalmente, às quartas-feiras, 19h, no Portal Plural, o Programa Esquerda x Direita, que a partir da última quarta-feira, 13/10, se chamará VISÃO PLURAL, trouxe ao debate, para uma opinião sobre “A importância do empresário no setor público”, O Convidado dos apresentadores Alcides Vicini e Orlando Desconsi, foi o empresário Sr. Valdir Carpenedo, que respondeu a diversas perguntas entre elas, algumas transcrevemos abaixo:

Santa Rosa e ACISAP completam 90 anos em 2021, qual a importância da entidade para o desenvolvimento do município?

Eu digo que uma comunidade onde o mundo empresarial não se inclui, participa e auxilia seus gestores públicos, independente de paixão, esta cidade não vai evoluir. Lógico que existem embates no pleito eleitoral, mas passado este período, me sinto à vontade para dizer que tentei contribuir o máximo que pude, tanto no mandato de Vicini como do Orlando. Se um prefeito vai mal, é a comunidade que vai mal.

O prefeito algumas vezes tem uma visão mais social da coisa, e nós como empresários queremos o resultado, a melhor aplicação dos recursos, desenvolvimento e geração de empregos, que retornam como tributos e permitem ao setor público fazer frente as suas demandas.

A ACISAP vem desde sempre sendo uma entidade muito guerreira e participativa, é fundamental para ajudar o gestor público. Acredito que deveriam estar juntos e afinados, setor público, privado e academias, pois uma cidade que tem isso possui muito mais facilidade para prosperar.

Quando vemos uma posição política contrária, de um tentar desmanchar algo que o outro esteja fazendo, é muito triste, pois à nossa comunidade, apesar de muitos renhidos, juntam-se todos para um bem comum, e isto é muito importante.

Às vezes acho que o gestor público se sente incomodado quando a área empresarial, lhe pede, cobra ou mostra um caminho, mas o intuito é para que o recurso seja o melhor possível utilizado e todos saiam ganhando. Vejo seguidamente alguns criticarem partido A ou B, eu digo que vereadores, prefeitos e deputados são patrimônio de uma comunidade, independe de posições, de postos de vista discordantes, são patrimônios nossos e quanto mais tivermos, melhor”.

A relação entre empresário e político, é sociável? Qual a sua visão?

Quando há uma divergência muito extremada fica difícil, mas ela é fundamental, temos que tentar corrigir, não tem outra forma, como eu disse antes, para mim existe este tripé, academias, poder público e empresarial, se isto não existir em busca de um bem comum, a dificuldade de se avançar será muito grande.

Eu vou me permitir contar uma história, naquela época não tínhamos nada, o Orlando disse que não tinha internet no tempo dele de faculdade, e nós, muito menos ainda. Para falarmos com alguém, muitas vezes pedíamos uma ligação as 7 horas da manhã e ela chegava somente no final do dia, para falar com alguém em Porto Alegre não se conseguia, tínhamos que fazer 1.000 km, ida e volta, para falarmos 15 minutos com uma pessoa e não tinha outra forma.

Quando o Vicini foi candidato pela primeira vez, nós abrimos o debate e levamos nossa opinião a todos os candidatos que lá estiveram, que concordaram ou não com os pleitos que colocávamos, e gravávamos como foi dito, e colhemos bons frutos. Até então não tínhamos um distrito industrial, e hoje está lá, que foi fruto deste trabalho. Uma coisa que pedimos a todos os candidatos, pois existia no passado em Santa Rosa, o Conselho de Desenvolvimento que foi responsável por trazer as duas universidades, os primeiros telefones automáticos e tantos outros pleitos importantes que o prefeito sozinho teria dificuldades. Em um determinado momento, um prefeito que não gostava deste conselho, acabou por extingui-lo. Mas Vicini, quando retornou ao executivo, retomou o Conselho de Desenvolvimento.

Às vezes você tem um prefeito que não é alinhado ao poder estadual e federal, se não entra o mundo empresarial e outras forças, fica muito difícil as vezes para ele superar certas barreiras, e a ACISAP, Agência de Desenvolvimento, (antigo Conselho), entram para ajudar neste sentido, se o prefeito tem um alinhamento político com poderes maiores, ótimo, se não, cabe a nós termos esta conversa e trazermos os investimentos para nossa comunidade”.

Você é a favor de diagnosticar os problemas públicos para que aumentemos nosso desenvolvimento econômico?

Valdir, disse que, concorda, mas nós temos que ter cuidado com servidor público que muitas vezes se esquece do significado da palavra “servidor público”, ele está para servir o povo, e muitos as vezes vão somente para um lado, e o prefeito, respondendo ao anseio da comunidade tem que fazer seu planejamento, priorizar, definir o que se precisa e como deve ser feito, e para isso tem um ditado que é tão velho e diz “barco que não sabe para onde quer ir, para que porto quer ir, nem o vento ajuda, ou seja, quando não temos planejamento, quais são as linhas mestras que devemos ter no município, não adianta, tem que priorizar, planejar, onde estão nossos problemas, é aí que entra o mundo empresarial para auxiliar o gestor público, pois muitas vezes o pessoal pensa, elegi o prefeito, agora é ele que resolve tudo, e evidentemente ele sozinho não vai conseguir fazer, pois se não tiver apoio efetivo das forças vivas ele ficara bem prejudicado.

Feliz da comunidade onde se juntam estes fatos e que se superem algumas divergências, que se achem os caminhos em comum. Fico muitas vezes assustado que em pelo século XXI, ainda tenham pessoas que colocam empregados contra empregadores, quando o empregado tem que ter a noção que estamos todos no memo barco, se a empresa não vai bem, não tem como ele ir bem e vice-versa. E nós já há muito tempo temos o Programa de Participação de Lucros e Resultados e queremos que se produza mais, de forma eficiente e que o colaborador leve parte deste resultado, é assim que devemos fazer, por objetivos, metas alcançadas e desempenho. Essa troca de informações, experiências, e de comprometimento é fundamental para chegarmos a um bom resultado”.

Quais as principais características de um empresário que faz a diferença no setor público?

Não há dúvidas de que um empresário que gere resultados somente para si e seus acionistas, e não se envolve com os temas da comunidade, é uma coisa muito pobre, eu digo sempre que nós temos a obrigação de nos envolvermos e dar algum retorno da nossa capacidade para comunidade onde vivemos, nossos colaboradores vivem e isto é um compromisso, e quem não o fizer, e isso eu digo para os amigos e familiares, que a única certeza é de que um dia nós vamos embora, e quando formos, precisamos fazer falta para a família, amigos e a sociedade que convivemos.

Infelizmente tem pessoas que desaparecem e não fazem falta para ninguém, é uma vida que não valeu a pena ser vivida. Então alguns empresários que tem seus compromissos, gerando empregos, tem que se envolver pagando os tributos que pagam? Tem que se envolver sim, ajudar a gerir os recursos públicos, investir e multiplicar seus recursos. Isto algumas vezes é uma deformação de parte dos empresários brasileiros, de empresário rico e empresário pobre, isto não dá certo, mas nestes casos a empresa está acima, chega num porto de que ela não é mais de seus donos, ela pertence a comunidade. Quando nós vimos aqui um período que foi quase uma tragédia com o fechamento do frigorífico Prenda, nós perdemos 1.600 empregos do dia para a noite, isto está superado, mas é um desastre em uma comunidade pequena que nem a nossa.

O empresário tem sim que se envolver, ter responsabilidade social e o poder público tentar, na mediada do possível, estimular e não atrapalhar o empresário quando ele tem vontade de empreender, ajudá-lo para que gere os empregos, que se permita que pessoas possam crescer economicamente e formar suas famílias. O empresário que não enxerga desta forma está falhando em algum ponto, eu penso desta forma”. Ressaltou Valdir.

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