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Sabemos o preço de tudo, mas o valor de nada?

O Programa Visão Plural, realizado todos os sábados pela manhã, às 10h, no Portal Plural, apresentado por Alcides Vicini e Lucian Zorzan, recebeu para uma entrevista os integrantes do comando do Hospital Vida & Saúde, Vanderli de Barros, diretora do Hospital e Ruben Zamberlan, presidente da entidade.

O bate-papo teve como questionamento principal a indagação: “Sabemos o preço de tudo, mas o valor de nada?” Abaixo transcrevemos algumas perguntas realizadas.

Como foi a trajetória durante a pandemia?

Vanderli: “A vida no COVID-19 foi modificada para todos, com o advento das dúvidas e incertezas, mas a função de fazer gestão no começo da pandemia, em março de 2020, quando começaram a chegar os primeiros pacientes, foi um momento que marcou e irá marcar para toda vida, o entendimento do que é realmente prioritário. Todas as outras doenças que já enfrentamos nos davam uma certa tranquilidade nos processos de trabalho, e a chegada do COVID fez com que dobrássemos a necessidade de vigilância. Tivemos que trabalhar com o medo com nossa equipe, e o medo é um ingrediente extremamente necessário, pois nos trás a cautela, precisamos valorizar aquilo que nos causa medo para que possamos entender como trabalhar, foi um momento de muita dedicação. Sempre fui preocupada em responder as demandas por saber que do outro lado tem uma pessoa e quando ela nos aciona é porque algo está incomodando ela, se ela nos procurou é porque acredita que somos luz para solucionar seu problema.

No decorrer da pandemia passei por algo que foi impensável na minha vida. Foi um momento tenso 24h, para mim, equipe, comunidade e aqueles que buscavam o socorro, e isto me marcou muito.

A presença desta vulnerabilidade na vida fez com que tivéssemos uma união tão grande da comunidade, conselho e equipe, que permitiu aquilo que era impensado em tempos planejados , ter solução e construir em menos de um mês.

Eu, junto com a equipe, porque ninguém trabalha sozinho, permitiu que levássemos conforto para aquelas pessoas que mais precisavam, nem sempre iremos salvar, mas podemos ajudar. Foram dias muito difíceis.

Como você teve a ideia de fazer do Hospital Dom Bosco uma Central de Atendimento aos pacientes do COVID-19? Quais foram os encaminhamentos?

Ruben Zamberlan: “Quando temos uma equipe qualificada e preparadas as soluções são mais fáceis de serem tomadas, e o conselho do hospital tem muito orgulho desta equipe que está lá hoje. Esta equipe não foi preparada de uma hora para outra, estamos há tempos preparando ela com programas de qualidade .

No momento em que o hospital conseguiu equilibrar suas contas, contratamos uma empresa de consultoria para começar a qualificar os serviços e as equipes, logo elas começaram a dar as respostas desejadas, o que foi muito gratificante.

Tivemos a sorte pelo Abosco estar sendo semi utilizado, com muitas estruturas ociosas, mas haviam lá dez leitos de UTI, praticamente novos e sem uso, então veio a lembrança de reativá-los, a partir disso tivemos que fazer uma checagem geral em algumas estruturas que estavam com problemas, mas dentro de 15 dias conseguimos realizar esta vistoria e colocar a disposição os primeiros 10 leitos, no pico do COVID estamos com 40 leitos funcionando.

Para ser tem uma ideia, para dez leitos o investimento foi de dois R$ 2 milhões, mas tivemos o privilégio de termos uma comunidade ativa e solidária, tanto da área empresarial, política, judiciário e todas as estruturas em todos os níveis.

A Diretora Vanderli de Barros fez um registro importante dizendo, “A equipe da infraestrutura, no comando do Rodrigo, e preciso registrar aqui o trabalho da equipe, mas também dos prestadores de serviços do hospital que davam prioridade absoluta para cada coisa que pedíamos, abriam mão de qualquer outro trabalho para nos atender, e isto permitiu que de sexta-feira para segunda-feira, colocássemos mais cinco leitos em funcionamento. Não há como dimensionar este trabalho, existiam estruturas muito antigas precisando de reparos, e nós só temos motivos para agradecer por nossa comunidade. Isto é um registro do que vivemos na pandemia, as dificuldades foram superadas por uma grande comunidade que realmente se abraçou, todos juntos, e conseguimos fazer esta passagem. O próximo passo é resultado desta passagem que construímos juntos.

Como será utilizada daqui para frente a estrutura do Hospital Dom Bosco?

Ruben Zamberlan: Pós-pandemia tivemos que refazer nossos pensamentos incialmente seria aberto o serviço de hemodinâmica, mas após a vinda do Diretor do Instituto de Cardiologia a Santa Rosa, foi nos indicado que o melhor local seria no prédio novo do Vida & Saúde, pois ele tem que ficar o mais próximo possível do pronto socorro.

Tendo isto definido, pensamos em transformar toda esta unidade do Dom Bosco em um Hospital Materno Infantil, pois ficaria na dimensão própria e adequadas para uma atividade deste tipo, mas com a vinda do COVID e todo esforço que tivemos para a estrutura de atendimento., precisamos pensar antes em uma variante deste COVID que possa vir e faça com que se necessite de uma estrutura de isolamento ou de atendimento de UTI, e com esta perspectiva queremos deixar uma utilização que seja possível deslocar estes setores e de novo usar esta estrutura como um seção secionada e para isto temos outros planos que já estão em andamento.

Entramos em contato com o Governo do Estado e eles nos ofereceram mais incumbências do SUS para Santa Rosa, nós aceitamos e pedimos mais justamente para dar vida a este espaço do Dom Bosco e principalmente para preservar os empregos desta equipe que tivemos que aumentar em grande número durante a pandemia e que agora ficamos muito sentidos de termos que reincidir estes contratos de trabalho.

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